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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

TECNOLOGIA ASSISTIVA VIRA REALIDADE NO COLÉGIO ADVENTISTA DA CAPITAL GAÚCHA

Por Alcilene Rosa, RU 1776226
Polo – Porto Alegre - RS
Data (01/09/2017)











Fonte: http://noticias.adventistas.org
A inclusão social é uma realidade cada dia mais latente na atualidade, especialmente no contexto escolar onde crianças com necessidades especiais devem ser amplamente amparadas. O desafio da inclusão escolar é uma realidade não só no Brasil, mas em países onde a lei é levada a sério e colocada em prática. Para tanto, não é uma tarefa fácil.
A inclusão de educandos com necessidades especiais é assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases que elucida em seu art. 59 que “os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.”
A fim de atenderem os alunos com necessidades especiais a atingirem suas potencialidades, existem as chamadas tecnologias assistivas, que consistem em todo arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover uma vida independente e inclusão, tanto social como escolar. Também são definidas como "uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiências".

Nessa perspectiva inclusiva, o Colégio Adventista de Porto Alegre tem buscado aperfeiçoamento, tanto de seu corpo docente, como com a aquisição de tecnologias assistivas que proporcionem o desenvolvimento das aptidões de seus alunos com necessidades especiais. Neste ano letivo, contam com 28 alunos especiais, sendo estes: 15 com TEA (autismo), 06 com deficiência física motora, 03 com deficiência visual e 04 com deficiência mental.
Desde fevereiro deste ano, o corpo docente tem cursado uma especialização em Educação Especial, além de participarem de seminários e congressos sobre o tema. Além disso, a escola adquiriu diversos recursos de tecnologia assistiva. Apesar disso, o desafio é contínuo e o aprendizado é diário, conforme relata a professora do 2º ano do ensino fundamental Ana Maria: “ os recursos tecnológicos são fundamentais para o auxílio do desenvolvimento desses alunos, porém cada experiência é única e proporciona diferentes aprendizados, tanto para o aluno, como para nós professores. Temos que ter um olhar diferente no momento da avaliação, observando qualquer movimento de desenvolvimento que possa vir a adquirir e celebrando pelo desenvolvimento de suas potencialidades.”
Dentre as tecnologias utilizadas pela instituição, pode-se destacar o uso de aplicativos específicos para TEA utilizados em Ipads. Estes são utilizados como uma tecnologia assistiva em consonância com os conteúdos estudados em sala de aula, fazendo com que esse recurso apoie a prática educativa, sendo utilizados em prol do desenvolvimento de habilidades de escrita, leitura e comunicação, atentando que a escrita diária presente na IMG 1. Além de utilizar os aplicativos como ferramentas de auxílio a escrita, adota-se também jogos diversos, como os musicais, de soletração, história, pintura e encaixe e o jogo de montagem de palavras na qual a criança vê a sombra da letra e escuta qual a palavra que deverá escrever, devendo montá-la de acordo com as letras soltas.
E essa é uma das vantagens de se trabalhar com a tecnologia, pois a mesma desperta nas crianças motivação, estímulo, além de ser algo atrativo e que desafia as possibilidades e habilidades, fazendo com que busque resolução e envolvimento de todos, por se tratar de um recurso que chama a atenção de todos. Outro fator é a facilitação do poder de concentração. Segundo Dohme (2011, p. 110), “Trabalhar com algo que se gosta, que desafia e que “tende” a um bom resultado exige atenção. Esta virá como consequência do envolvimento. Com relação a essa outra forma de utilizar o Ipad, a escola aposta nos jogos de concentração, raciocínio lógico e leitura, que torna-se uma outra ferramenta utilizada em sala de aula na busca pela concentração, estímulo motor, integração sensorial e fortalecimento do raciocínio. Para concentração e leitura utiliza-se quebra-cabeças, jogos de montar, de alimentar bichinhos, jogos musicais e histórias HD, entre outros, tanto para alunos com TEA, como para alunos com deficiência intelectual.
Enfim, a inclusão é uma realidade neste colégio, que preza pelo desenvolvimento holístico de todos os seus educandos.


DOHME, Vania. Atividades lúdicas na educação: o caminho de tijolos amarelos do aprendizado. 6.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA – EDUCAÇÃO PARA TODOS
Tecnologia assistiva: ferramentas tecnológicas que servem como ponte de ligação entre pessoas e o mundo.
Manoel Antão de Sousa Filho – RU 1541063
Polo Infraero – Porto Alegre


A temática que envolve discussões a respeito de uma educação inclusiva remonta a Vygotsky. Mesmo muito antes de Vygotsky, a ideia de uma metodologia que levasse a aprendizagem a todos, já habitava a mente de Comenius. Comenius, tido como o pai da didática, propunha uma forma de ensino que abarcasse a massa carente de instrução, no século 17. E, embora, o tema aqui proposto não seja nem didática, nem psicologia cognitiva, estes dois pensadores separados por séculos, já viam, cada qual no seu contexto histórico, a necessidade de levar o conhecimento a todos.
No século XX e mais precisamente no século XXI, fala-se em TA (Tecnologia Assistiva). De acordo com Bersch e Tonolli (2006) tecnologia Assistiva é definida como “todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão”.
Vivemos num mundo onde as diferenças entre as pessoas ganham a cada dia mais voz e mais espaços para se expressarem, cada qual com suas necessidades e especificidades e no ambiente escolar não poderia ser diferente, pois a escola não é um espaço isolado da sociedade. Partindo desta realidade, surge então uma demanda de medidas que venham a incluir estes alunos com necessidades variadas, onde a tecnologia cumpre um papel de suma importância. E é a partir deste momento, ou seja, quando o ambiente escolar recebe estes estudantes, que a TA se torna um elo entre o conhecimento a ser transmitido e o aluno que deseja recebê-lo.
No tocante a TA no âmbito escolar, existem algumas ferramentas que auxiliam alunos com necessidades especiais de aprendizagem, que incluem pranchas de comunicação construída com simbologia gráfica (BLISS, PCs e outros), letras ou palavras escritas, softwares de alta tecnologia em computadores ou tablets, são exemplos de como a Tecnologia Assistiva aliada à tecnologia “convencional” pode desempenhar um importante papel no sentido de fazer com que pessoas com alguma deficiência cognitiva possa integrar-se ao ambiente escolar, principalmente quando estas frequentam uma escola de ensino regular, pois se a ideia é incluir, integrar, gerar sentimento de pertença, não faz sentido aplicar a TA apenas em escolas que ofereçam um ensino somente para alunos com necessidades especializadas de ensino.
No contexto atual não há mais espaço para se deixar “de lado”, ou relegar estes alunos com alguma necessidade de ensino apenas a escolas que oferecem um ensino especial, pois, se vivemos num mundo de pluralidade e reiterando o já foi dito acima, não cabe mais qualquer pensamento que segregue, separe alunos por “categorias”, alunos “normais” e “especiais”, porque fazer isto significa perpetuar uma educação em estilo tradicional (pejorativamente falando), que valorizava um ensino metódico, onde notas, ou seja, números diziam se o aluno era um “bom” ou “mal”, com salas de aula organizadas num determinado “padrão”. Hoje não há “padrão” de aluno.
Pessoas com carência de AEE (Atendimento Educacional Especializado) existem, são reais e negar esta realidade é fechar as portas do conhecimento para pessoas com as mesmas necessidades de apropriação do saber produzido pela humanidade que alguém que não tenha as mesmas necessidades. E num mundo bombardeado por informações, e esta é nossa realidade, nada mais coerente do que levar estas informações com o propósito de oferecer o conhecimento a todos. Obviamente, que informação não é sinônimo de conhecimento, mas esta não é a questão aqui abordada, e sim mostrar a importância, melhor dizendo, a necessidade de transmitir a cultura produzida. E com este propósito, as tecnologias inclusivas, a TA propriamente dita, que inclusive é prevista em legislação nacional, faz com que a apropriação do aparato cultural seja levado a pessoas com deficiência visual, pessoas portadores de Síndrome de Down, deficientes auditivos, entre outras, para que estas tenham garantido seu quinhão daquilo que os façam participar ativamente, na medida do possível, deste e neste mundo como membros de uma sociedade, o que de fato o são.







Referencias

BERSCH, Rita. Introdução a Tecnologia Assistiva. Disponível em: <http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf>.

 Acesso em: 3 de set. 2017.

domingo, 3 de setembro de 2017

A Inclusão Excludente



A INCLUSÃO EXCLUDENTE
Por Edeltraud Dörr Castro (RU: 1557685) e Martin Henrique Dörr Castro (RU: 1555884)
Polo Zona Norte – Porto Alegre
Data: 27/08/2017

A inclusão excludente é, segundo Veiga Neto, darmos amplo acesso aos portadores de deficiências ao mundo dos demais cidadãos, ditos como normais. Esse processo, entretanto, da maneira como tem ocorrido, exclui mais do que inclui, uma vez que nem estes (normais), nem aqueles, estão preparados para esta inclusão. A verdadeira inclusão deve ser aquela em que todos entendem todos, ou seja, ninguém se sente diferente.
Ao longo da história, na longínqua Grécia provavelmente, iniciamos nossos preconceitos e dificuldades em lidarmos com parte dos nossos iguais, os seres humanos que de algum modo não são considerados ‘normais’, ‘completos’, pois o conceito de perfeição e beleza vigente então excluía todos esses cidadãos dos seus direitos. Diferente não foi em períodos posteriores, quando Justiniano, imperador romano, editou uma lei que excluía os surdos que não tivessem a possibilidade de confessar seus pecados da herança a que tinham direito. A Igreja Romana entendia isso muito justo, pois enriquecia mais um pouco. Havia muitos surdos nessa época, pois os casamentos entre parentes de famílias ricas eram muito comuns, onde a consanguinidade determinava muitas deficiências, inclusive a surdez. Também a história nos conta o surgimento da língua de sinais dentro dos mosteiros, onde os religiosos não podiam verbalizar algumas condutas ou descobertas consideradas heréticas.
Foi em busca de como hoje tratamos nossos surdos e aprendermos mais sobre esta realidade, que procuramos a Escola de Educação Especial Concórdia, em Porto Alegre, uma das quatro escolas para surdos disponíveis na região. Na conversa com a Diretora Hiltrud Elert (reconhecida como finalista do prêmio educação pela Sinpro: http://www.ulbra.br/educacao-basica/especial-concordia/noticia/19973/hiltrud-elert-e-finalista-do-18-premio-educacao-rs), tivemos uma rica experiência que nos trouxe importantes elementos para compreender melhor este mundo.


Esta escola existe há 50 anos, criada muito antes de o país se preocupar com alguma legislação que permitisse aos surdos alguns direitos diferenciais, como a outros portadores de deficiências.  Além de sua principal função, a de prover os surdos às duas línguas (primeiro LIBRAS e depois a língua portuguesa lida e escrita) de que necessitam para exercerem sua cidadania, busca dar uma formação completa ao aluno, uma vez que cumpre toda a grade curricular das demais escolas nos seus respectivos níveis. Esta escola possui uma importância muito grande, pois provê educação e prepara para o mercado de trabalho, crianças e jovens surdos, que, na sua maioria, são de origem pobre. Apenas um aluno dentre os 130 é pagante. A surdez, como outras doenças ou deficiências, é decorrente em grande parte das más condições de vida das famílias pobres, que não possuem condições adequadas de higiene e saneamento básico, alimentação e acesso à saúde. A gestação ocorre de forma não planejada, muitas vezes indesejada e por isso com tentativas de aborto, sem exames adequados. Esta criança já vem em condições de baixa imunidade e sujeita a muitas doenças, algumas delas causando a surdez.  Apenas 5% dos casos de surdez têm causas genéticas; as demais poderiam ter sido evitadas. 10% da população brasileira é surda ou possui a algum comprometimento da audição, que vai de leve a severa.


As famílias, diante do quadro, tem dificuldade em aceitar esta realidade e o acesso ao tratamento pode demorar alguns anos, dificultando o desenvolvimento desta criança, com uma comunicação muito restrita, uma vez que nem pais, nem comunidade domina a linguagem de sinais. Em geral, esta criança só inicia seu desenvolvimento após o contato com esta linguagem, que é de domínio muito restrito. Hoje as escolas em geral, mesmo que a legislação as obrigue, não possuem profissionais capacitados para atender esta necessidade. Nas universidades, todos os cursos devem ter entre as disciplinas a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, mas na maioria são disciplinas apenas para cumprirem curriculum, não são obrigatórias e os alunos não cursam.
Assim, o surdo, que possui todas as aptidões de todas as demais pessoas, menos ouvir, sem a aquisição da sua primeira língua, a língua de sinais, que no Brasil é chamada de LIBRAS, terá dificuldades em se inserir no mundo do estudo, do trabalho. Hiltrud admite que o surdo tem dificuldades de se empregar. Poucas companhias contratam profissionais surdos em virtude da falta de domínio da língua e do preconceito, exceção à Companhia de Supermercados Zaffari, que mantém contato com a escola.
E a cidadania? E a inserção mal conduzida poderá formar uma pessoa retraída, insegura e incapaz de exercer seus direitos e deveres como cidadão. A televisão com propaganda eleitoral com interprete mantém o surdo mais incluído, porém, pela pouca preocupação com a questão do surdo, não há quase representatividade surda como também não há de mulheres, que compõem a maioria da população. Ao contrário, um surdo que foi provido, na época certa com apoio da família, escola e comunidade, das ferramentas de que necessita para a sua vida futura, se tornará um cidadão de grande valor, mas ainda carece de ajuda para se manter presente nas questões de interesse.
Mas esta realidade ainda está muito longe de ocorrer. Prova disso é que o surdo busca predominantemente a sua comunidade de surdos, onde se sente mais confortável, onde consegue um acolhimento mais completo, onde se comunica de forma plena.
Mas o que de novo surgiu em termos de tecnologias inclusivas para surdos, na era dos avanços em todas as áreas, em que robôs substituem tarefas repetitivas ou perigosas dos humanos? Além da LIBRAS, a maior dentre as ferramentas criadas pelo ser humano para os surdos, várias inovações do último século vieram a ajudar.
Aprendemos que o aluno surdo possui as percepções visuais muito desenvolvidas. Assim, grande parte das ferramentas que oferecem apoio visual ajudam estas pessoas. Na escola, que não emprega tecnologias de ponta, utiliza-se de ferramentas como o Datashow de forma intensiva. Os professores e funcionários devem dominar de forma intensiva a LIBRAS. Os materiais usados em sala de aula são todos visuais, usando muitos desenhos, muitas cores, representações de diversas ordens. Conforme Hiltrud, ‘o tempo dispendido nas aulas é maior do que em aulas de alunos ouvintes, pois os surdos não possuem todos os recursos de percepção e assim as turmas são em número reduzido. As séries iniciais não podem ter mais de cinco crianças. Após o domínio da LIBRAS, o grupo pode ser aumentado para oito alunos. O professor necessita um contato muito maior com cada aluno, sob pena do aluno perder grande parte do conteúdo’.
Assim, como podemos imaginar um aluno surdo, sem o domínio do português e sem um tradutor em sala, numa turma de trinta alunos como ocorre nas nossas escolas, ter uma aprendizagem adequada? Esse aluno certamente terá muitas deficiências e não terá o adequado acesso a uma universidade ou a um trabalho mais qualificado.
Ainda conforme Hiltrud, ‘algumas novas tecnologias realmente são fantásticas, como o Whatsapp, que permite uma comunicação muito rápida e perfeita com a família, por exemplo. O aluno e o familiar se ‘falam’ por sinais de forma instantânea através da câmara do celular. Antes desta ferramenta, quando o aluno necessitava comunicar-se com a família, nós da escola precisávamos intermediar, transmitindo através do português/libras o que queriam comunicar’.
Hiltrud não defende Hand Talk (aplicativo de apresentação simultânea de sinais conforme a fala)  em palestras ou outro aplicativo que iniba a visualização da cena do palestrante. O closed captions ou a tecla SAP são recursos úteis, mas estão pouco empregados na programação da TV. Outro exemplo é as campainhas como luminárias, são úteis na Escola, mas não são empregados na aprendizagem dos alunos. No nosso entender, as tecnologias de aplicativo são úteis e serão mais úteis a surdos, cegos ou outro deficiente à medida que for simpático com as características físicas, sociais, econômicas e culturais.
Hiltrud concluiu a entrevista falando que o oralismo está ainda muito presente e a busca da escola inclusiva, como vi(ve)mos, depende que todos consigam se entender. A Universidade de surdos Gallaudet nos Estados Unidos é uma realidade que se afasta cada vez mais diante da busca de educar para diversidade sem educar coerentemente com as condições próprias do indivíduo na busca de seu desenvolvimento pleno.

                   


        
                    Edeltraud Dörr Castro – Estudante da Uninter
                                            
                     












                   Martin Henrique Dörr Castro – Estudante da Uninter


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

ACAT agora é Open Source


Por: Eduardo da Silva Pereira, RU: 407442 | Polo: Porto Alegre, Zona Norte | Data: 07/08/2017

Fonte: http://bonitonet.com.br/artigo/28256/Morre-Alexandra-Szafir-50-s-mbolo-da-luta-contra-doen-a-degenerativa; https://en.wikipedia.org/wiki/Stephen_Hawking




Comando por voz, comando pelo piscar dos olhos ou quem sabe comandos executados pelas bochechas, tudo isso é proposto pelos mais diversos aplicativos que tentam estimular e traduzir a comunicação através dos sensores corporais naturais em substituição à fala e escrita. O cientista Stephen Hawking, que o diga. Diagnosticado com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica – ALS, em inglês), aos 21 anos, passou a ter sua vida limitada de movimentos corporais, mas não de capacidade mental. 

A ELA é uma doença degenerativa que paralisa as funções motoras mecânicas de forma progressiva e, segundo o Instituto Paulo Gotijo – IPG, aproximadamente 14 mil brasileiros são afetados por essa doença.

No caso de Hawking, aos 75 anos, ele pôde por muito tempo, e continua a desfrutar, quase que exclusivamente, de uma fala metálica e da escrita virtual, agora mais rápido, graças ao aperfeiçoamento de um aplicativo desenvolvido pela Intel especificamente para o cientista e, juntamente com auxilio da Swiftkey, empresa responsável pelo desenvolvimento de teclados virtuais dos smartphones e sob a supervisão do próprio Hawking, promoveram a atualização da versão do software.

Após 20 anos do primeiro desenvolvimento do aplicativo ACAT, e de uso por Stephen Hawking, a Intel lançando parceria com a Swiftkey modernizaram o sistema, deixando-o mais rápido, flexível, adaptável e acessível a qualquer pessoa portadora de ELA, já que o programa de computador passou a vigorar sob licença open source, o que significa que o código-fonte está aberto a todos que desejam melhora-lo ou traduzi-lo. 

O ACAT (Assistive Context Aware Toolkit) é um app controlado por sensores naturais humanos (olhar, murmúrio ou vibração corporal emitida por uma parte específica do corpo) em conjunto com um Infravermelho que permite acessar agrupamentos de caracteres ou palavras no teclado virtual propiciando que o sistema emita um som metálico através da reprodução das informações capturadas em comunicação, transformando-as na personificação de voz. 

Como a ELA não atinge a capacidade mental o ACAT, a partir de agora, se torna o caminho tecnológico assistido para auxiliar os pacientes a se comunicarem e ter uma qualidade de vida melhor. E com o código aberto é possível adicionar outras palavras, programas para edição de textos e navegar na web.

Com a abertura do código-fonte do ACAT é esperado que desenvolvedores e entusiastas de tecnologia adaptem o software para as necessidades dos portadores de ELA no Brasil, pois a vida não precisa ter limites se há tecnologias assistivas que beneficiem a todos.