EDUCAÇÃO INCLUSIVA – EDUCAÇÃO PARA TODOS
Tecnologia assistiva: ferramentas tecnológicas que servem
como ponte de ligação entre pessoas e o mundo.
Manoel
Antão de Sousa Filho – RU 1541063
Polo Infraero – Porto Alegre
A
temática que envolve discussões a respeito de uma educação inclusiva remonta a
Vygotsky. Mesmo muito antes de Vygotsky, a ideia de uma metodologia que levasse
a aprendizagem a todos, já habitava a mente de Comenius. Comenius, tido como o
pai da didática, propunha uma forma de ensino que abarcasse a massa carente de
instrução, no século 17. E, embora, o tema aqui proposto não seja nem didática,
nem psicologia cognitiva, estes dois pensadores separados por séculos, já viam,
cada qual no seu contexto histórico, a necessidade de levar o conhecimento a
todos.
No
século XX e mais precisamente no século XXI, fala-se em TA (Tecnologia
Assistiva). De acordo com Bersch e Tonolli (2006) tecnologia Assistiva é
definida como “todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para
proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e
consequentemente promover vida independente e inclusão”.
Vivemos
num mundo onde as diferenças entre as pessoas ganham a cada dia mais voz e mais
espaços para se expressarem, cada qual com suas necessidades e especificidades
e no ambiente escolar não poderia ser diferente, pois a escola não é um espaço
isolado da sociedade. Partindo desta realidade, surge então uma demanda de
medidas que venham a incluir estes alunos com necessidades variadas, onde a
tecnologia cumpre um papel de suma importância. E é a partir deste momento, ou
seja, quando o ambiente escolar recebe estes estudantes, que a TA se torna um
elo entre o conhecimento a ser transmitido e o aluno que deseja recebê-lo.
No
tocante a TA no âmbito escolar, existem algumas ferramentas que auxiliam alunos
com necessidades especiais de aprendizagem, que incluem pranchas de comunicação
construída com simbologia gráfica (BLISS, PCs e outros), letras ou palavras
escritas, softwares de alta tecnologia em computadores ou tablets, são exemplos
de como a Tecnologia Assistiva aliada à tecnologia “convencional” pode
desempenhar um importante papel no sentido de fazer com que pessoas com alguma
deficiência cognitiva possa integrar-se ao ambiente escolar, principalmente
quando estas frequentam uma escola de ensino regular, pois se a ideia é
incluir, integrar, gerar sentimento de pertença, não faz sentido aplicar a TA
apenas em escolas que ofereçam um ensino somente para alunos com necessidades
especializadas de ensino.
No
contexto atual não há mais espaço para se deixar “de lado”, ou relegar estes
alunos com alguma necessidade de ensino apenas a escolas que oferecem um ensino
especial, pois, se vivemos num mundo de pluralidade e reiterando o já foi dito
acima, não cabe mais qualquer pensamento que segregue, separe alunos por
“categorias”, alunos “normais” e “especiais”, porque fazer isto significa
perpetuar uma educação em estilo tradicional (pejorativamente falando), que
valorizava um ensino metódico, onde notas, ou seja, números diziam se o aluno
era um “bom” ou “mal”, com salas de aula organizadas num determinado “padrão”.
Hoje não há “padrão” de aluno.
Pessoas
com carência de AEE (Atendimento Educacional Especializado) existem, são reais
e negar esta realidade é fechar as portas do conhecimento para pessoas com as
mesmas necessidades de apropriação do saber produzido pela humanidade que
alguém que não tenha as mesmas necessidades. E num mundo bombardeado por
informações, e esta é nossa realidade, nada mais coerente do que levar estas
informações com o propósito de oferecer o conhecimento a todos. Obviamente, que
informação não é sinônimo de conhecimento, mas esta não é a questão aqui
abordada, e sim mostrar a importância, melhor dizendo, a necessidade de
transmitir a cultura produzida. E com este propósito, as tecnologias
inclusivas, a TA propriamente dita, que inclusive é prevista em legislação
nacional, faz com que a apropriação do aparato cultural seja levado a pessoas
com deficiência visual, pessoas portadores de Síndrome de Down, deficientes
auditivos, entre outras, para que estas tenham garantido seu quinhão daquilo
que os façam participar ativamente, na medida do possível, deste e neste mundo
como membros de uma sociedade, o que de fato o são.
Referencias
BERSCH, Rita. Introdução a Tecnologia Assistiva. Disponível
em: <http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf>.
Acesso em: 3 de set. 2017.
0 comentários:
Postar um comentário