sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A educação inclusiva na era digital
Os apps a serviço da educação

Geração digital. É assim que são chamadas as pessoas que nasceram após a criação do computador, da internet. Já se imaginou sem estes equipamentos, que nos mantem ligados, ou melhor, conectados ao mundo. A internet que chegou ao país no ano de 1988 por iniciativa da comunidade acadêmica de São Paulo (FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Rio de Janeiro UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), explorada comercialmente a partir de dezembro/1994 a partir de um projeto piloto da Embratel, mudou a passos largos o cotidiano dos brasileiros. A internet é usada, hoje, para fazer desde compras diversas a controles de maquinas agrícolas.
A internet mudou nossas vidas em todos os sentidos, e na educação, apesar de restrições, não é diferente. O projeto lei número 2.246-A de 2007 do Sr. Pompeu de Mattos que proíbe o uso de celulares nas escolas públicas não intimida os alunos e o seu uso é escancarado, as pessoas não se desligam mais.  Isto gera um conflito entre a escola, pais e alunos. A pergunta que podemos fazer é: essa tecnologia pode ser usada em sala de aula? Como? Ela é proibida nas escolas, mas está em todos os lugares. A resposta é que sim,  com certeza podemos, e o melhor, é que pessoas com algum tipo de deficiência podem ser inclusas quando antes eram simplesmente esquecidas ou destinadas a centros de pessoas “especiais”.
Na era digital este cenário mudou, como disse anteriormente, as pessoas não se desligam (desconectam) e, se bem usada, as plataformas digitais oferecem um mundo de opções: temos médicos, engenheiros, chefes de cozinha, professores e até astronautas para nos darem dicas a distância de um toque. A educação não pode e não tem como ficar fora dessa.
Uma breve pesquisa na rede nos revela um numero incontável de serviços que podem auxiliar os professos em suas aulas não só na sala de aula, mas em casa, no trabalho, no shopping, onde o aluno estiver e o melhor: é completamente inclusiva, ou seja, alunos com algum tipo de deficiência pode enfim exercer suas cidadanias e se desenvolverem como cidadãos, pois somente quem é deficiente ou tem um filho deficiente sabe das enormes barreiras que enfrenta no seu dia a dia, quando em idade escolar o dilema é maior. Ainda caminhamos em direção a uma sociedade inteiramente inclusiva e um belo exemplo a ser seguido é um projeto russo chamado borboletas de Zagorsk, documentário feito pela BBC em 1992, em que professores auxiliam pessoas deficientes a se desenvolverem mesmo sem a ajuda de tecnologia, isto nos mostra que sem vontade e amor não adianta ter recursos extras. O professor, neste processo, deve reaprender, ou melhor, reavaliar seus pensamentos para lidar com estas situações e usar os recursos a favor do melhor desenvolvimento dos alunos, usar um “mal”, como entende alguns especialistas no caso dos celulares, para o bem visto que é um processo irreversível e com isto trazer pessoas, antes excluídas, de volta ao convívio social.
Pensando justamente na inclusão de alunos com algum tipo de deficiência que temos alguns programas para PC e diversos aplicativos para plataforma móvel, dentre eles destaco o Hand Talk: 

O site http://www.folhavitoria.com.br/geral/blogs/10-anos/2017/07/recursos-tecnologicos-promovem-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia-visual-e-auditiva/ apresenta, entre outros, o Hand Talk que é um tradutor de texto e áudio em Libras. Todo o texto digitado ou falado no aplicativo é interpretado pelo personagem Hugo, que dá vida ao aplicativo. Reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013 com o título de Melhor Aplicativo Social do Mundo, o Hand Talk já possui, aproximadamente, um milhão de downloads e está disponível para os sistemas Androide e IOS. A empresa responsável pelo aplicativo também oferece o serviço de tradução em sites, inserindo uma aba de acionamento e o texto selecionado pode ser interpretado em Libras pelo Hugo.
O aplicativo ainda pode ser usado em salas de aula, como um recurso complementar de comunicação entre professores, alunos e intérpretes ou em casa, entre pais e filhos. Estudantes de Libras também podem reforçar o vocabulário com a ajuda do aplicativo.
O professor de educação física e libras Sr. Luiz Osório Noronha Gonsalves que trabalha há 15 anos com deficientes auditivos, destaca a importância de se ter uma ferramenta complementar para o auxílio nas aulas, sendo que também dá aulas de libras na OBPCPOA (Igreja O Brasil Para Cristo de Porto alegre). Ele destaca que é, sem duvida, um auxilio de grande valor, “um professor extra”, para este trabalho tão importante. O professor destaca que a ferramenta o auxilia mais para treinar novos interpretes do que com os deficientes auditivos, no caso da instituição religiosa, pois o aplicativo é muito fácil de usar e auxilia na memorização dos movimentos. Já com seus alunos deficiência prefere o olho no olho e “mãos a mãos”, como definiu.
O Hand Talk é somente um entre muitos, o importante é ver o brilho nos olhos das pessoas quando conseguem se comunicar e consequentemente aprender como testemunha o professor Osório, apaixonado pelo que faz.  A internet veio para ficar, e com ela tudo o que a cerca. No passado tivemos aulas muitos boas com professores ótimos com a tecnologia que se dispunha, mas os tempos são outros, temos o mundo nas mãos e podemos usar estas novas ferramentas assim como foram usadas novas ferramentas no passado, e o melhor nisto: trazer ao convívio, ao cotidiano, pessoas que historicamente eram esquecidas. O aplicativo mencionado é para surdos, mas temos para autistas, deficientes visuais, para pessoas com problema de memória e assim por diante. Uma ajuda com uma pitada de amor e boa vontade pode fazer brilhar os olhinhos de muitos alunos nas escolas e instituições de nosso país.


Paulo Weren

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