IBRAILLER NOTES: O DESAFIO
DA INCLUSÃO DE DEFICIENTES VISUAIS
Por Jórgea Fisch
Polo Porto alegre – Zona Norte
Data 30/08/2017
Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/01/ibrailler-notes-traz-teclado-especial-no-ipad-para-deficientes-visuais.html
É um direito do aluno, mesmo com alguma
deficiência, aprender. Porém, para que este aprendizado ocorra é preciso que a
escola se adapte as suas necessidades. O objetivo da Educação Inclusiva é que a
estes alunos com deficiência lhes sejam dadas condições apropriadas, tais como ambientes
cada vez menos restritivo e comprometido com a remodelação escolar e social. Segundo
Sassaki, (1997), a inclusão social é uma adaptação do portador de deficiência e
a sociedade tendo em vista que ambos tenham as mesmas oportunidades.
De acordo com o Instituto do Ministério da
Educação, existem mais de 70.866 mil alunos com deficiência visual matriculados
em escolas de ensino regular nas classes comuns, porém somente 6.104 mil
frequentam escolas inclusivas. Por falta de recursos, o sistema educacional
brasileiro oferece aos deficientes professores sem conhecimento do sistema de
leitura e escrita em Braille, salas de aula sem máquina de escrever em Braille
e tem carência de livros escolares e materiais pedagógicos adaptados em Braille,
o que tornam os alunos de deficiência visual meros ouvintes.
A
inclusão de deficientes visuais ainda é um desfio. Embora a preparação de profissionais
ainda esteja a desejar, pois os professores necessitam de formação continuada
para lidar com a inclusão, já podemos perceber alguns avanços no campo
educacional, pois já contamos com alguns materiais para desenvolver melhor a
aprendizagem destes alunos. Assim como todos os alunos, os com
deficiência também precisam de atividades individuais e em grupos, onde possam
socializar com os demais.
Para estudar, seja na escola regular ou na
escola especial, os deficientes visuais contam com um grande aliado: a
tecnologia. São aplicativos desenvolvidos justamente para atender à realidade
desse público, o que facilita e muito o aprendizado e a inclusão desses alunos.
Através de um projeto, o doutorando do Sri
Lanka na Universidade de Stanford criou o iBrailler Notes. É um aplicativo gratuito
para os deficientes visuais que não só permite criar e compartilhar notas em braile,
mas também cortar, colar e editar. O app funciona de uma forma simples: o usuário
precisa segurar as pontas dos dedos em qualquer lugar da superfície de vidro do
iPad e o aplicativo desenha as chaves para o alfabeto Braille. Igualmente como
no alfabeto convencional Braille, o iBrailler usa uma série de oito chaves, uma
para cada dedo. Se o deficiente visual perder o domínio das chaves, a
recalibração é tão fácil quanto levantar as mãos fora do vidro e colocá-las
novamente no iPad. O aplicativo redireciona automaticamente as chaves para as
pontas dos dedos. O único inconveniente é que o aplicativo pode travar.
A maioria dos alunos só tem contato com a
escrita no período escolar, pois o sistema Braille não faz parte do dia a dia
das famílias. Apesar de ser ainda pouco usado no sistema público de ensino no
Brasil, o iBrailler pode ser uma ferramenta muito útil nas escolas. Pode ser
usado em quase todas as disciplinas desde o ensino fundamental até a universidade,
pois pode ajudar o aluno com deficiência visual tanto na leitura, quanto na
escrita de textos.
Atualmente, mesmo diante de tantos obstáculos
que os deficientes enfrentam, com esforço do professor, da família, do aluno e
com ajuda extra como a qual citamos acima, fica plenamente possível fazer a
inclusão de um portador de deficiência visual na escola.